Pioneiras da Amazônia, Século XXI

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Foram sete meses vividos em uma tribo indígena. Luana, Marta e Gleydiane desbravaram a região em que vivem os Sateré Mawés, para entrar com a verdade para um povo de língua estranha e de culturas diferentes. Deixaram sua vida de conforto para ser luz a um povo que vive muito longe de tudo.

A recepção por parte dos indígenas foi boa. Fizeram uma reunião para nos receberem. Toda a comunidade se reuniu para ver as missionárias. Ao se apresentarem, tiveram que ter um tradutor pois a língua deles era sateré mawé, mas um dos homens, chamado Santino, irmão do Tuxaua (o cacique), foi nosso tradutor.

Os primeiros meses foram bem difíceis por serem os indígenas tão fechados e tímidos. Isso sem falar do choque cultural, e para que ganhássemos a amizade deles tivemos que nos tornar um deles. Começamos a ir para a roça com eles, tomar o desjejum com eles, tomar banho nos mesmos horários que eles, lá no rio, e só assim as portas fora se abrindo para que a mensagem começasse a ser introduzida.

Chegamos na área indígena no começo de setembro e uma das meninas, a Marta Honório, estava indo viajar para visitar sua família no final do ano. A Luana e eu sentimos que ela não voltaria para sermos novamente um trio. Tivemos que continuar o trabalho, em meio às dificuldades com a cultura e também pela distância da família. Por não termos um local próprio para morar, sentimos vontade de largar a missão, mas Deus falava conosco a cada manhã para seremos firmes no propósito.

Passamos por dificuldades e provações com aquelas pessoas. Fomos também enganadas, e isso fez com que quase desistíssemos. Ao conversarmos por telefone com o nosso coordenador, o Daniel, ele nos incentivou a permanecer firmes, pois este trabalho era de pioneiras, e se saíssemos de lá, as portas para as áreas indígena seriam fechadas, pois ali onde morávamos, era residência também do Tuxaua responsável por todas as comunidades daquela etnia na região. O Daniel nos disse que Deus estaria conosco. Depois dessa conversa que a Luana e eu tivemos, decidimos ficar.

Depois de orar e jejuar por aquele povo, Deus foi mostrando a maneira que devíamos trabalhar, e ouvimos atentamente a voz de Deus. Estávamos sempre pedindo o derramamento do Espírito Santo. Satanás tentou várias vezes desfazer essa linda amizade, minha com a Luana, estabelecida por Deus durante o trabalho, mas Deus não permitiu. A gente dava aula na escola local para as crianças, estudos bíblicos, fazíamos atendimento em primeiros socorros, tínhamos um coral com as crianças, fazíamos gincanas, semanas de oração e aulas de culinária, que aprendemos na Escola de Missões Salva-Vidas. E foi assim, que pouco a pouco fomos conquistando aquele povo de língua complicada.

Chegando ao final de nossa missão os moradores de Umirituba não queriam que a gente fosse embora. Eles ficaram tristes com nossa partida e fizeram uma despedida. Um dos professores escreveu uma carta para a gente e leu antes de irmos embora. Mas o bom é que a missionária Marta iria retornar, e ela não retornou sozinha, retornou com sua nova e eterna dupla, seu esposo, para dar continuidade ao trabalho. O Samuel, marido da Marta, aceitou o chamado de Deus antes de se casar com a Marta, e juntos estão nesta linda obra.

Ao verem que a comunidade não iria ficar sem a presença de missionários, a Luana e eu ficamos mais tranquilas.

“Não demonstrará o instrumento humano interesse especial em transmitir a luz da mensagem do evangelho aos que jazem nas trevas? Alguns há que se dispõem a ir aos confins da Terra a fim de transmitir aos homens a luz da verdade, mas Deus requer que toda alma que conhece a verdade se esforce por conquistar outros para o amor da verdade.” Atos dos Apóstolos, 134.

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Somos um grupo de voluntários da Igreja Adventista do Sétimo dia, que trabalha em comunidades ribeirinhas no interior da Amazônia, levando Cristo para aqueles que ainda não O conhecem

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